quinta-feira, 24 de junho de 2010

volúpia

vou com o vento.

aos seus braços,
apenas viver?
ou te-la em meus braços

terei apenas alguns segundos de felicidade.
a mim não resta muito.
resta apenas momento.

momentos de palavras suaves.
que invade a alma
encarrega nossos corpos ao delírio.

encarrega minha boca ao seus suspiro.
serei profundo que ama largamente.

você minha poetisa.
amante dos meus desejos.
me jogo aos seus braços.

beija-me loucamente.
a vida são momentos.
hoje tenho em meu abraços.
presa em meus segredos,
minha arte de amar.
e amanha?
amanha é depois,
mistério que rodeia a procura da presa.

e amanha?
amanha é incerteza.

hoje nos resta segundos.
poucos segundos. em breve minutos,
horas, dias,
semanas e anos
a vida passa?
e com ela nos.
me ame antes que a vida acabe.
e com ela nossos desejos.
com ela vão nossas juventudes, prazeres,
e volúpia, desejos ardentes.

ficará apenas melancolia.
ficará amargura.

ficará um arrependimento.

devia ter amado mais.
e ela foi.

3 comentários:

  1. Que lindo!
    Te leio e já me sinto poeta.
    E já vou dizentodo:
    Ame-se, poeta, e me sentirei amada.
    Abrace teu sentir, e me sentirei abraçada,
    aspire o ar que as flores perfuma,
    e sentirei o teu hálito em minha nuca,
    beije tuas mãos,
    e me sentirei inteira beijada.

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  2. carmem nao sei como te agradecer pelo seu carinho,
    seguirei te admirando, e juntos compartilhamos o prazer, um prazer magico,que nos completa e nos torna diferentes dos demais, e ao mesmo tempo iguais.

    obrigado..

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  3. Obrigado é pouco.
    Desejo muito, com prazer, desesperadamente,
    tem que ser agora, já,
    "..de que serve repetir que o tempo sob os nossos pés já vai fugindo,
    o amanhã não nasceu, o ontem já morreu,
    por que me hei de importar, se o dia de hoje é lindo?
    (...)
    Façamos o que é mais, que ainda há por fazer,
    antes que nós também ao pó vamos, enfim,
    o pó vai para o pó, sob o pó vai jazer,
    sem vinho, sem canções, sem cantor.
    Sem fim."

    Faço nossos esses versos do único poema que eu
    sei decor, séc XII, OMar Khayyam.

    (Cinco primaveras vão se completar e eu ainda
    não tive o prazer de "cruzar o túnel do templo
    do teu olhar...")

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